Um dia para comemorar a raiz nacional [#9]
Como visto nas edições anteriores da Cartinha da Rainha, conhecida por diferentes nomes, mandioca, macaxeira ou aipim, não tem raiz mais popular e querida pela nação brasileira. Uma raiz tão versátil, potente e presente na cultura de Norte a Sul, Leste a Oeste merece um dia para ser celebrada. Dia 22 de Abril é o dia para celebrarmos e saudarmos a potência da rainha do Brasil. Para saber mais sobre esse dia te convidamos a acessar o blog do Sustentarea e ler o artigo 22 de abril uma comemoração à Mandioca: a raiz que nos fez nação
Aproveitando esse dia de comemoração, que tal uma retrospectiva da nossa viagem com a mandioca pelas 5 regiões geopolíticas do Brasil?
Na varanda
Durante nossa viagem encontramos histórias, memórias e muita informação sobre nossa rainha. Como hoje estamos em ritmo de comemoração e retrospectiva, te convidamos para rever o que passou pela varanda das cartinhas anteriores.
Iniciamos nossa aventura pelo Norte, onde contamos um pouco sobre o processo de domesticação da mandioca e sua importância na colonização do litoral brasileiro. Do outro extremo do país, trouxemos histórias do Sul, relatos de antigos moradores de Guarda do Embaú (SC) sobre como era a vida de cooperativismo e cultivo para subsistência que girava em torno da mandioca antes da estrada e da urbanização chegarem. E pra esquentar um pouquinho o coração, na região Nordeste falamos sobre as farinhas de mesa, que agregam e consolidam afeto em qualquer refeição que se juntem. E já que começamos a falar dos produtos derivados dessa raiz maravilhosa, falamos do polvilho, que ocupa espaço especial na região Sudeste, tendo seu biscoito e o pão de queijo como marca afetiva na vida da maioria da população. E pra fechar com chave de ouro, trouxemos duas receitas do Centro-oeste para engrossar o caldo e dar sustância pras próximas sessões da cartinha, o caribéu e a mojica de pintado.
Escrivaninha
Sobre nossa escrivaninha deste mês vamos rever os temas e materiais de estudos que compartilhamos nas últimas cartinhas.
Do Norte trouxemos um pouco sobre o Sistema Agrícola Tradiconal do Rio Negro, patrimônio cultural brasileiro. Lá pelo Sul, vimos como anda a produção de mandioca entre os estados. Alí no Sudeste, vimos com o Atlas linguístico do Brasil o porquê usamos mandioca pra chamar a nossa rainha, já que o Sustentarea tem sede em São Paulo. Na esquina do país, nos debruçamos sobre a importância da farinha de mandioca na alimentação escolar do Nordeste. E na região Centro-Oeste, mostramos como acontece o ritual de preparo dos beijus pelas mulheres Enawenê-nawê.
No fogão
E para quem adora uma receitinha e descoberta de ingredientes que tal rever as receitas deliciosas que foram compartilhadas durante nossa viagem com a mandioca!
O Norte muito nos ensina sobre sua comida e sua força, criada muitas vezes com a sabedoria do aproveitamento integral de partes comumente não usadas, como as folhas na Maniçoba. Com o Sul e o Barreado, aprendemos que além de acompanhamento, a farinha de mandioca é utilizada como técnica culinária no preparo deste prato típico. No Sudeste, resgatamos a receita de um prato muito comum, sempre presente nos botecos pra fechar o dia acompanhado de uma cervejinha, nosso queridíssimo Bolinho de aipim. Lá do Nordeste trouxemos a receita do Cuscuz de massa puba, que acompanha bem um cafezinho do início ao fim do dia. E do Centro-Oeste apresentamos a Farinha de Poxoréu, com seu modo de fazer todo especial.
Portarretrato
Como é gostoso ouvir histórias, lembrar e revisitar! A sessão porta retrato das últimas cartinhas foram recheadas desses lugares. Caso você não tenha recebido e lido alguma das cartinhas te convidamos através dessa retrospectiva para voltar às edições anteriores e reviver nossa viagem.
Começamos com a Lenda Mani (lendas animadas), que conta a história da origem do nome mandioca para os povos indígenas e é uma ótima fonte lúdica para instigar as crianças a pensarem sobre nossa querida raiz. Para o Sul, trouxemos dois conteúdos que se complementam, o Mapa de engenhos de farinha de Santa Catarina e a Rota catarinense de mandioca, uma linda viagem guiada pelo beneficiamento da mandioca. Do Sudeste falamos um pouco sobre o Sistema Agrícola Tradicional do Vale do Ribeira, um outro modo de pensar a mandioca tão importante que, graças aos esforços das comunidades tradicionais e pesquisadores, tornou-se parte do patrimônio cultural do Brasil. No Nordeste, recordamos essa homenagem à macaxeira no IFAL, oficina realizada por nossa mentora Evla Vieira, professora da instituição, que replicou a oficina de puba ministrada por nossa outra mentora, Evelym Landim, no evento de 10 anos do Sustentarea em 2022. E com o coração cheio de alegria, marcamos essa sessão da edição Centro-oeste com um poema escrito pelo Frei Paulo Afonso, nosso leitor assíduo que nos mandou por email essa bela obra.
Glossário da Maní
Em clima de retrospectiva, criamos também um mini-glossário com os termos que já passaram por aqui.
Convite!
Por fim, gostaríamos de convidá-los para a oficina de alimentação ministrada por cinco representantes indígenas do povo Fulni-ô, que reside no agreste pernambucano. O evento contará com o preparo de alimentos típicos e um bate-papo sobre alimentação com a comitiva. Incrível, né?
A oficina acontecerá no próximo sábado, dia 29/04, das 10h às 13h no espaço do USP Sustentabilidade no CEPEUSP (no campus da Cidade Universitária). Para participar com a gente, é só se inscrever aqui.
Para saber mais sobre a visita da comitiva aqui na USP, clique aqui.
Esse conteúdo foi organizado e editado pelas integrantes do GT Alimentação Brasileira - Mandioca: Alice Medeiros, Evelym Landim, Evla Vieira, Gabriella Pieroni, Gerson Nogueira, Jennifer Tanaka, Letícia Gonçalves, Suany Silva e Thais Arcari.