Na varanda - Já parou para pensar como os alimentos chegam ao seu prato?
Pois é, o conjunto de elementos (ambientes, pessoas, insumos, processos, infraestrutura, instituições e etc) e atividades que se relacionam com a produção, processamento, distribuição, preparação, consumo e descarte de alimentos, e as consequências dessas atividades, incluindo impactos socioeconômicos, ambientais e de saúde é o que chamamos de sistemas alimentares.
O problema é que o nosso sistema alimentar global atual não está cumprindo seu objetivo em oferecer uma alimentação saudável, sustentável e acessível para todas as pessoas. O que comemos e a forma como produzimos os alimentos estão afetando negativamente a saúde das pessoas e do nosso planeta. Na Revista Sustentarea você encontra uma matéria sobre a pegada de carbono, um importante indicador da emissão de gases poluentes, emitida por diversos alimentos de origem animal e vegetal. Quer conferir com a gente onde a mandioca fica nesse ranking?
A mandioca, um alimento da sociobiodiversidade brasileira, faz parte de sistemas alimentares sustentáveis que oferecem Segurança Alimentar e Nutricional e promovem a alimentação adequada e saudável, garantindo boa nutrição para toda a sociedade com menor impacto para o nosso planeta. Então, que tal cuidar do meio ambiente e caprichar nos alimentos de origem vegetal e, como sempre, nas diversas preparações com a nossa rainha?
Se quiser conhecer mais sobre sistemas alimentares sustentáveis, não deixe de baixar a 2ª edição do Manifesto Sustentarea.
Na escrivaninha
Você já ouviu falar dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM)? Esses sistemas de cultivo agrícola são fundamentais para a transmissão de conhecimentos, técnicas e saberes tradicionais entre as comunidades agrícolas que, além de garantir Segurança Alimentar e Nutricional das comunidades rurais, preservam a biodiversidade e os recursos naturais e culturais. E olha que legal: a mandioca está presente em boa parte desses sistemas, visto que é um alimento que pode ser cultivado em uma mesma área em conjunto com duas ou mais espécies, com potencial regenerativo para a terra. Para saber mais sobre o SIPAM, dê uma olhada aqui e aqui.
No fogão
Você, nosso(a) querido(a) mandioqueiro(a), já pensou em conhecer algum engenho de farinha? Sabia que essa também é uma forma de contribuir para a valorização da cultura e do patrimônio agroalimentar das comunidades que preservam e celebram a mandioca? Isso mesmo, por meio do turismo de base comunitária, podemos conhecer as culturas dos nossos povos ancestrais por meio de seus alimentos e modos de comer.
Foto: Engenho da família Heidenreich que reuniu mestres e mestras de engenho do Sul e Norte da Ilha de Santa Catarina (Engenho é Patrimônio: Inventário Cultural dos Engenhos de Farinha do Litoral Catarinense, 2019)
Legal, né? E como no nosso fogão não poderia faltar uma receita, trazemos a cacuanga. Uma preparação com a mandioca apresentada na Oficina Gastronômica realizada pela Rede de Engenhos de Farinha do Litoral Catarinense com a presença de mestras e mestres de engenho, que compartilharam seus quitutes:
Se ficou interessado e quiser conhecer mais sobre o tema, esse livro produzido pelo Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está disponível na internet e pode dar um panorama bem legal sobre a importância do turismo de base comunitária!
No portarretrato
Você também gosta de ouvir um podcast enquanto se desloca para o trabalho ou lava a louça? Hoje temos uma dica de podcast com mandioca pra você! O “Chá com Agroecologia” é um trabalho desenvolvido por professores e alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília. Neste episódio, é possível ouvir o depoimento de dez pessoas que conhecem bastante sobre a nossa rainha e explicam a sua importância como um alimento de resistência de diversas comunidades tradicionais indígenas e quilombolas que são conhecidas por cultivarem sistemas alimentares sustentáveis e cuidarem do meio ambiente.
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E, por fim, gostaríamos de compartilhar a participação de duas de nossas membras no Encontro Nacional de Estudos do Consumo (ENEC) realizado no Rio de Janeiro em setembro de 2023. O trabalho desenvolvido pelo grupo tem como objetivo estudar as tendências de consumo de mandioca e farinha de mandioca no nosso país e sua relação com a segurança alimentar e nutricional.
Esperamos que tenha gostado. Nos vemos mês que vem!
Esse conteúdo foi organizado e editado pelas integrantes do GT Alimentação Brasileira - Mandioca: Alice Medeiros, Evelym Landim, Evla Vieira, Fernanda Nascimento Pereira, Gerson Nogueira, Jennifer Tanaka, Letícia Gonçalves, Suany Silva e Thais Arcari.
Quanta informação interessante! Adorei a cartinha!